sábado, 28 de maio de 2011

O pai segundo o filho

Este sou eu na visão do João:



É, esse dedo em riste e essa cara amarrada valem um dia inteiro de reflexões...
Mas não há dúvidas de que tenho sido austero demais com os meninos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dia Nacional contra a covardia

Já tentei aqui esclarecer as razões pelas quais sou radicalmente contra bater em crianças. Escrevi o texto Bati no meu filho...  defendendo a aprovação do Projeto de Lei 7.672/2010 (ainda em tramitação na Câmara) que pretende proibir o uso de “castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante”.

Na época fui interpelado por algumas mães responsáveis e, tenho certeza, carinhosas com seus filhos. No fundo, ao afirmarem que “às vezes é necessário bater” revelavam já a insegurança quanto a utilidade dos tapinhas. Bem no fundo, todo pai e mãe, minimamente consciente, sabem que só bate em criança quem perde o controle.

Mas é difícil admitir. É duro constatar tamanha covardia. Por isso, respondia a essas mães, como consolo, que a proibição procurava alcançar casos muito mais graves. Por exemplo: maus-tratos em abrigos, espancamentos dentro de casa, castigos nas escolas, etc. Citava até o assassinato da Isabela Nardoni.

Provavelmente diminuía a força dos meus próprios argumentos recorrendo a esses exemplos extremados.

Infelizmente, hoje assisti num telejornal um “pai” espancando dois de seus filhos. As imagens, fortes, dizem tudo: http://www.youtube.com/watch?v=bFsUgBmYHmM


O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído pela Lei Federal 9.970/00. A data marca o crime bárbaro que chocou o país em 18 de maio de 1973, em Vitória/ES, e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade que foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta. Esse crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune. A intenção do 18 de maio é destacar a data para mobilizar e convocar toda a sociedade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Complexo de castração às avessas (nem Freud explica)

Sábado passado, eu e meu sogro conversávamos sobre a redução significativa do tamanho da família brasileira. Ele havia lido uma matéria no Estadão que repercutia os dados do novo Censo.

Hoje, li na Folha uma reportagem interessante sobre as "não-mães", mulheres que decidem não ter filhos. São variadas as razões pelas quais mais e mais mulheres tomam essa decisão, como registra a matéria abaixo.

Elas não querem filhos
Cada vez mais mulheres decidem não ter filhos. E não há Dia das Mães nem pressão familiar que as façam mudar de ideia.
Nos últimos 50 anos, a média de filhos por mulher no Brasil caiu de 6,1 para 1,9. Muitas só diminuíram o número de herdeiros, mas uma grande parte decidiu voluntariamente ficar para tia.
Segundo o demógrafo José Eustáquio Alves, pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, sempre houve uma porcentagem de mulheres sem filhos.
Eram as chamadas solteironas ou aquelas que tinham problemas para engravidar, em torno de 10% da população. "Hoje, estima-se que 14% não são mães."
Esse crescimento aconteceu na última década, motivado por razões que vão muito além da popularização da pílula anticoncepcional.
As antropólogas Paula Pinto e Silva e Maíra Bühler, da consultoria Pletora, pesquisaram esses motivos entre 120 mulheres de 25 a 35 anos.
De acordo com elas, a maternidade deixou de ser vista como uma obrigação. Passou a ser uma escolha.
"Tinha-se a ideia de que ser mãe era uma função biológica, um dever. Isso não deixava outra opção. Agora, as mulheres sabem que podem ter outros papeis sociais."
Elas querem estudar, trabalhar, viajar, casar, ser tia ou madrasta. E muitas pensam que um filho pode atrapalhar os planos.
A ilustradora Ila Roberta de Oliveira, 29, nunca quis engravidar, muito menos agora que está juntando dinheiro para comprar um apartamento. "Uma criança atrapalharia a minha rotina."
Ila está casada há dois anos e, apesar de ainda ser jovem, não acha que vai mudar de ideia.
"As pessoas sempre perguntam: quando vem o bebê? Ninguém quer saber como vai a carreira", conta, sem assustar-se com a pressão.
"Gosto de crianças, mas, com o mundo do jeito que está, é difícil pensar nisso. Acho que fiquei tão responsável que não quero ser mãe."

Quem tiver interesse em conhecer o restante da matéria e, consequentemente, outras histórias e relatos basta acessar http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1005201107.htm. Mas, para mim, esse trecho do texto já é suficiente para refletir sobre, digamos, essa recusa consciente da maternidade.

O mais curisoso é que a justificativa mais comum "filhos versus carreira profissional" foi inventada, não faz muito tempo, pelos homens modernos como forma de fugir da paternidade (e, por tabela, do casamento). Embora só os homens consigam continuar fugindo da paternidade recorrendo a essa desculpa "profissional" mesmo depois de ter filhos, acho estranho que cada vez mais mulheres renunciem a experiência da gravidez para ganhar mais dinheiro ou mesmo reconhecimento (que é melhor e mais digno do que o vil metal).

Como acredito que a felicidade decorrente do mais absoluto sucesso profissional não chega nem aos pés da felicidade que conquistamos pelo simples fato de Ser pai e mãe, fico sempre desconfiado dessas justificativas. No fundo, fico com a sensação de que essa tal recusa em ter filhos quando não revela a imaturidade do homem ou da mulher que a ostenta, tenta esconder um medo gigantesco de viver.

Ainda que pareça ofensivo, não consigo deixar de ter pena dessas mulheres. E talvez um pouco de inveja, porque sou desta geração de pais que, não sendo gay, daria o próprio pinto para levar no ventre o próprio filho.

Pena que essa, Freud não pode explicar.

sábado, 7 de maio de 2011

A mãe dos meus filhos

Emiliane ou Miroca Pipoca. A mãe dos meus filhos é, felizmente, a mulher que eu amo e mais admiro!

Aranha de estimação

Vire e mexe o João Pedro aparece em casa com insetos. Quase sempre, besouros; sobretudo, besouros verdes. Temos um aquariozinho onde eles ficam hospedados por uns dias até que consigamos convencê-lo de devolver os besouros ao jardim do prédio.

Mas é a primeira vez que temos uma aranha de estimação. Já faz mais de um mês que uma aranha bem diferente está morando no pau brasil do Antônio.
No começo ele ficou meio assustado. Afinal, é uma aranha bem diferente (lembra um filhote de caranguejo), meio assustadora , vivendo bem próxima de seu umbigo (ele ainda acha que o pedaço do cordão umbilical que plantei junto com a árvore ainda está lá).

Agora a gente já se acostumou com ela. Mas tive de dizer a eles (ao João também) que a aranha iria proteger a árvore de "insetos bandidos", isto é, de pragas. E, por isso, todo domingo caçamos uns mosquitos e os jogamos na teia ainda vivos para ver a "nossa" aranha enrolá-los, "igual a Laracna fez com o Frodo" (uma das cenas do filme O Senhor dos Anéis - O retorno do Rei), diz o Antônio.

E eu que nunca gostei de aranha... O que a gente não faz pelos filhos, hein?
Olhando bem, até que ela é simpática, não é?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mandamento Zero

Como o zero vem antes do número um, então, são onze, e não dez mandamentos.
Mesmo considerando que Moisés tenha inventado aquela história toda no Monte Sinai, o que não vem ao caso.

O que importa mesmo é que, há uns instantes, o Antônio me dava boa noite ao telefone dizendo "eu te amo papai". E não poderia deixar de reponder a ele dizendo: "eu te amo mais do que tudo, meu filho".
De pronto, ele redarguiu: "Você me ama mais do que Jesus?".

Fiquei tentado (será o capeta?) a lhe dizer tudo o que penso sobre as religiões em geral. Talvez ele pudesse me entender. Mas, felizmente, me contive a tempo e acabei lhe respondendo apenas que o amava acima de todas as coisas. Primeiro ele e o João, só depois Jesus.
Até me deu vontade de tatuar nos braços, como aqueles lutadores de vale-tudo, este meu mandamento zero: Amar aos filhos sobre todas as coisas.
Bem no fundo, é a única verdade em que acredito piamente.